Igreja de S.Bartolomeu
Esta igreja foi fundada em 1560, como capela sujeita à Matriz. Em 1609, foi elevada a sede de freguesia e foi totalmente reconstruída. Um dos seus principais motivos de interesse é o teto pintado, representando cenas da vida de São Bartolomeu, datável de cerca de 1630.
Ao longo dos séculos XVII, XVIII e inícios do século XIX, a igreja foi sucessivamente valorizada com inúmeros contributos artísticos. Entre 1669 e 1673, revestiu-se a igreja de azulejos de padrão de tapete que vieram de Lisboa. Em 1731, foi construído o retábulo em talha dourada, da autoria do mestre entalhador Manuel Nunes da Silva, um dos mais importantes escultores do barroco alentejano.
Outra das preciosidades desta igreja é a Capela do Santíssimo Sacramento, construída entre 1786 e 1790. No seu interior possui uma tela do pintor borbense, José de Sousa de Carvalho, que representa o “Triunfo do Santíssimo Sacramento”. Em 1808, foi encomendado o órgão ao mestre organeiro, António Xavier Machado Cerveira.
Capela do Senhor Jesus dos Aflitos
Esta pequena capela foi fundada em 1676 como sede da Irmandade da Venerável Ordem Terceira. O seu principal motivo de interesse é a fachada decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros. Esta invulgar decoração resultou do facto da fachada original ter sido derrubada em 1679 por um erro de cálculo do mestre-de-obras. Para reafirmar a credibilidade perdida junto da comunidade, construiu-se esta fachada que é uma das mais belas do Alentejo. A Venerável Ordem Terceira tinha como regra admitir todas as pessoas sem atender ao seu estatuto social, profissão ou sexo. Graças a esta democratização de acesso, a Irmandade tornou-se numa das mais importantes da vila, sendo o seu primeiro reitor o Conde das Galveias. No seu interior destacam-se as imagens dos Santos da Ordem Terceira e a imagem do Senhor Jesus dos Aflitos. Esta pequena imagem ganhou grande importância no século XIX, mantendo-se ainda hoje como fator de união entre a comunidade. Celebra-se a sua festa e procissão em Agosto.
Convento das Servas
Segundo uma lenda já muito antiga, a Virgem Maria apareceu a uma filha de um oleiro e mostrou-lhe a localização de um tesouro no local onde hoje está o Convento das Servas.
Com o ouro achado construiu-se uma ermida, gerida por uma irmandade de mulheres denominada Servas de Nossa Senhora. Em 1598, o Padre Mestre Pedro Caldeira deixou todos os seus bens à Ordem de São Francisco para transformar a ermida num convento. A primeira pedra do Convento foi lançada em 1604, sob o padroado do Duque de Bragança, D. Teodósio II. Em 1644 concluiu-se a obra, sendo que no ano seguinte veio uma comunidade de freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ocupar o convento.
Trata-se de uma construção monumental com um dos maiores claustros do país. A entrada da igreja faz-se pelas duas portas laterais como acontece sempre nos conventos femininos. No interior preserva-se um importante núcleo de pintura mural dos séculos XVII e XVIII.
Palácio dos Fidalgos Sousa Carvalho e Melo
O velho Palacete dos Fidalgos Sousa Carvalho e Melo, vulgo Palacete dos Melos, é um edifício de dois pisos construído em meados do séc. XVIII e onde foi instalada a Escola Preparatória D. Maria I em 1971, mudando-se para um edifício próprio após o 25 de Abril.
Depois de alguns anos fechado e em processo de degradação, sofreu obras de recuperação que foram suspensas, que incluíram a demolição da cobertura e da parte da superestrutura de alvenaria que a suportava. A recuperação da cobertura começou em 2004 e foi concluída no ano seguinte, tendo iniciado posteriormente a empreitada de recuperação e reabilitação da estrutura do edifício, que foi concluída em 2007.
Palácio da Família Alvarez
Na segunda metade do século XIX, Borba viveu um novo apogeu proporcionado pela produção e comércio do vinho, graças à política de fomento agrícola de Fontes Pereira de Melo. Nesta época, os produtores que tivessem acesso à maquinaria moderna conseguiam produzir mais vinho, de melhor qualidade e a mais baixo preço.
Desta forma os pequenos viticultores ficavam totalmente arredados da produção para exportação, vendo-se a obrigados a vender as suas terras e a trabalhar para os grandes produtores. Vão surgir assim, no século XIX, grandes palácios pertencentes aos grandes produtores. Um destes palácios é o da família Alvarez. Esta família veio de Espanha refugiada por questões políticas e triunfou no meio económico e industrial alentejano. Um dos seus elementos, José Maria Alvarez, chegou a Ministro da Indústria nos governos da I República. O palácio Alvarez destaca-se pelo seu perfil monumental, burguês, com varandas decoradas com gradeamentos em ferro fundido representando alegorias à pintura e à escultura.
Passos do Senhor
Os Passos processionais de Borba são monumentos com uma importância artística e cultural a nível nacional. Do ponto de vista artístico, demarcam-se por serem os maiores do país pois foram os últimos de um conjunto a serem construídos no Alentejo.
A tradição de construir Passos processionais com perfil monumental iniciou-se em Évora em 1719. Seguiram-se os de Vila Viçosa e Estremoz. Os de Borba foram construídos em 1755 provavelmente pela Venerável Ordem Terceira, se bem que o Passo do Alto da Praça recebeu uma doação do capitão de cavalos António Duarte Franco que aí mandou rezar missas diárias dirigidas aos presos que estavam na Torre da Prisão.
O arquiteto responsável pelos quatro passos terá sido José Francisco de Abreu, importante figura do barroco alentejano que deixou muita obra em Vila Viçosa, Campo Maior, Elvas e Estremoz.
A nível cultural os passos processionais demarcam-se pelo papel que ainda hoje ocupam na religiosidade popular borbense.